terça-feira, maio 09, 2006

6ª Mentira - Sobre Entardecer e outros sentimentos


Eu não me acostumo muito bem com as coisas.
Talvez com algumas delas
Ou com muita pouca coisa.
Eu não me acostumo muito bem com coisa alguma.

Tenho estudado mais por vontade própria que por descuido
Os efeitos de uma vida só.
Isso me lembra palavras como: sólido, solidão e outras palavras aquáticas.

Dia desses andando nas ruas fui cumprimentado por todas as crianças com quem cruzei.
Havia algo de mágico, patético ou simplesmente amigo em mim aquele dia ou as
Crianças resolveram me pregar uma peça.
Eu gostei muito.

Esses dias têm sido dias de entardecer.
Por precaução me agasalho bem e fumo bastante.
Cigarro pra mim é feito ampulheta
Queima o tempo nas duas extremidades.
Não sei dizer ao certo que instrumento de tortura uso pra medir o tempo
Mas meço e isso dói um pouco.

Apesar das tardes serem inesquecíveis acabo deixando de lado
Certas lembranças que me entristece.
Sentir frio é sinal de respeito e espera.
Isso me lembra palavras como: esperança, espírito e outras palavras circenses.

A luz do sol entra pela janela do quarto,
Um quarto que não é meu.
Um quarto que não é de ninguém.
Mas só porque o sol entrou pela janela
Já me sinto aceito
E aceito.

Ando com sorte.
É...
Eu ando com muita sorte.

3 comentários:

Priscila Basile disse...

De uma simplicidade que faz inveja a qualquer escritor! pelo menos um pouquinho!


a sensibilidade é pra poucos meu caro!

um abraço!

diovvani mendonça disse...

"Cigarro pra mim é feito ampulheta
Queima o tempo nas duas extremidades."

Isso-é-du-carai!!!

Abraço,
Diovvani.

Anônimo disse...

Super color scheme, I like it! Good job. Go on.
»